Obesidade em idosos no Brasil

Geralmente os casos de obesidade são associados a crianças, adolescentes e adultos, pois grande parte dessa mudança nos hábitos alimentares ocorre na chamada população economicamente ativa (PEA), justamente devido ao modo de vida adotado nas cidades e ao modelo de produção e consumo industrial ao qual a sociedade é subjugada, onde o trabalho ou a escola toma a maior parte do tempo e da rotina diária, deixando a impressão de que não se pode “perder tempo” comendo, deixando assim pouco espaço para que as pessoas pensem sobre o que comem enquanto comem.Além disso, os ponteiros do relógio dessa vida apressada não afetam só o estômago. Como o ser humano é um sistema, outros fatores dessa rotina levam o corpo a responder com a obesidade, como o stress, sedentarismo e o sono irregular.

Causas da obesidade em idosos

Apesar da obesidade ser um problema associado a todos esses fatores que a princípio são característicos da população economicamente ativa, a população idosa não está livre dos quilinhos a mais. Os idosos podem até não participar dessa correria diária das crianças, adolescentes e adultos, e ter tempo para cuidar de si mesmo parece ser a principal vantagem de ser aposentado. Existe um senso comum de que a comida da vovó é saudável, caseira, feita com paciência, carinho e amor, mas as formas de produção alimentar cedem à pressão do mercado, e atingem também os hábitos alimentares dos idosos. Aliado a isso, os problemas de saúde e o desgaste do corpo geralmente são barreiras à pratica de exercícios, levando muitos idosos ao sedentarismo.

Os índices adotados para detectar a obesidade em idosos são os mesmos aplicados em adultos, como o índice de massa corporal (IMC), a razão cintura-quadril (RCQ) e a circunferência abdominal (CA), embora exista uma tolerância maior em idosos em função do próprio processo de envelhecimento natural do corpo, podendo-se definir um idoso como obeso em faixas um pouco acima dos valores normalmente usados como referências para adultos e jovens. Com o envelhecimento, o corpo normalmente perde progressivamente massa magra, com aumento relativo da gordura corpórea, diminuição da estatura, relaxamento da musculatura abdominal e aumento da flacidez da pele, portanto, esses fatores são levados em consideração ao se aplicar esses índices.

A obesidade no idoso oferece riscos sérios à saúde, pois potencializa doenças que já são intensificadas pela idade, como a hipertensão, problemas cardiovasculares, diabetes, além de dificultarem a locomoção e a qualidade de vida do indivíduo, podendo levar a quadros de depressão. Por isso, o cuidado com os idosos deve também levar em conta o controle da obesidade, com acompanhamento médico adequado e cuidadores ou enfermeiros devidamente preparados, além de uma compreensão dos hábitos de vida dessa população.

A prática de exercícios deve ser adequada a cada indivíduo idoso e acompanhada por orientações de profissionais da área, como médicos geriatras e cuidadores especializados, pois os riscos de quedas, fraturas e lesões são potencializados pela perda natural de mobilidade, equilíbrio e flexibilidade do corpo, além de existir o risco também de exercícios inadequados levarem a sérios problemas cardiorrespiratórios.

Algumas cidades oferecem junto ao serviço público de saúde programas especiais voltados para a saúde da família e da população idosos. Nesses casos, deve-se procurar informações nas unidades de saúde locais sobre como se inserir nesses programas. Além disso, incluir o idoso no contexto social e familiar pode potencializar o combate à obesidade através da melhoria da qualidade de vida dessa população.